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O suspeito

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(Câmera no capacete é seguro???)

 

Médico aponta para o risco de câmera no capacete

 

O acidente com o ex-campeão mundial de Fórmula 1, Michael Schumacher já completou cinco meses e o alemão continua em coma, lutando pela vida. Muito se especulou sobre o acidente - e continua até hoje, por uma desnecessária e exagerada cautela da família - mas não se teve conhecimento de nenhum laudo oficial sobre o que exatamente poderia ter provocado um trauma crânio-encefálico tão grave.

 

Em meio a boatarias, já que não há notícias oficiais, o ex-piloto já foi até declarado como morto, mas recentemente a porta-voz dele afirmou que já estaria reconhecendo pessoas e com sinais de consciência.

 

Independentemente do seu estado, fica uma suspeita no ar: o que teria provocado uma lesão tão séria e grave, durante uma queda de esqui, mesmo com o uso de um capacete?

 

Levando-se em conta que um esportista com sete títulos mundiais, como é o caso de Schumacher, não é exatamente uma pessoa displicente no tocante à segurança, pode-se imaginar que ele estivesse usando um equipamento adequado e até o mais sofisticado, feito sob medida, por alguma empresa que adoraria ver sua marca estampada na cabeça de uma celebridade. Portanto chamou a atenção de um médico paulistano como um acidente de esqui poderia ter causado uma lesão tão séria, mesmo com o uso de equipamento específico.

 

Para o neurocirurgião Sérgio Roberto Simões, 57 anos, a grande suspeita é a mini-câmera de vídeo instalada no capacete do ex-piloto:

 

- Hoje essas pequenas câmeras se popularizaram e são usadas por vários esportistas, mas os capacetes não foram fabricados prevendo esse acessório.

 

Segundo o médico, que é também motociclista há mais de 40 anos, pela descrição das lesões o trauma foi na parte frontal do crânio, local onde normalmente é acoplada a câmera.

 

- Essas câmeras são leves e os suportes são feitos de forma a desacoplar facilmente, mas tudo indica que o ângulo do choque fez a câmera ser empurrada para dentro do capacete.

 

 

(Os parafusos podem atravessar o casco)

 

É bom lembrar que no suporte de fixação da câmera tem parafusos que regulam o enquadramento. E esses parafusos são feitos de metal, o que não combina nem um pouco com a estrutura de um capacete.

 

- Os capacetes devem ter peças exclusivamente de plástico e que se destroem no caso de um choque, justamente para evitar que perfure o casco, explica o médico.

 

 

(Nada deveria ser fixado na parte frontal do casco)

 

De fato, os capacetes são feitos de forma a dissipar o impacto, mas também proteger contra perfurações. No entanto o casco não pode ser "duro" senão o choque se transfere para o crânio, ele precisa ser deformável. A instalação de um componente com metal nessa estrutura pode vir a agravar uma lesão, dependendo co ângulo de impacto.

 

- Os capacetes de esqui são abertos, sem viseira, então imagine se o choque literalmente empurrar a câmera contra o rosto, alguma peça pode realmente perfurar o osso frontal do crânio.

 

Tudo que envolveu o acidente alemão, enquanto esquiava nos Alpes franceses, foi mantido sob segredo, mas na época uma imagem feita no local do resgate mostrava manchas de sangue na neve, o que reforça a teoria de que houve efetivamente uma perfuração.

 

Por enquanto trata-se de apenas uma hipótese levantada pela análise das lesões descritas pelos porta-vozes do ex-piloto e dos médicos, mas fica a advertência com relação às câmeras. É cada vez mais comum ver motociclistas e esportistas de aventura usando as câmeras no capacete, segundo o Dr Sérgio Roberto Simões, "existem acessórios específicos para 'gripar' a câmera na moto, bicicleta ou no tórax, sem comprometer a região crânio-encefálico que é vital e frágil".

 

Basta saber que o capacete não foi projetado para receber esse acessório extra para entender os riscos dessa mania. Pior que é cada dia mais comum motociclistas que instalam câmeras no capacete e rodam em velocidades elevadas. "Tente imaginar a força de uma pequena e leve câmera a 200 km/h impactando contra o solo, pressionando o capacete para perceber os riscos envolvidos", esclarece o médico, que ainda conclui:

 

- O casco do capacete deve ser liso, sem interferência externa, nem peso extra. Qualquer peça colocada pode agravar uma situação já crítica. Só a pressão aerodinâmica sobre a câmera já compromete a estabilidade do capacete. É melhor instalar na moto!

 

De fato, o acidente que vitimou Ayrton Senna foi uma sucessão de fatores indesejáveis, mas um deles foi letal: o braço de suspensão que se partiu atingiu o capacete como uma lança, justamente no ponto mais vulnerável do casco, entre a viseira e a borracha de isolamento. Felipe Massa também foi atingido por uma mola igualmente na parte frontal, perto da viseira. E as câmeras geralmente são colocadas perto das viseiras!

 

Essa advertência serve não só para motociclistas, mas para todo praticante de esportes de natureza que chegam mesmo a fixar a câmera diretamente na cabeça, sem o capacete. Portanto, escaladores, ciclistas, maratonistas, esquiadores, pára-quedistas, cavaleiros e demais aventureiros, fiquem ligados com o perigo de a câmera ser um fator agravante em caso de quedas.

 

 


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