Scooter não é igual à moto!
Cinco coisas simples sobre scooters
Olhe bem em volta e comece a reparar, porque eles estão em toda parte, representam o único segmento do mercado que cresce e ignora crise. São os scooters, ou motonetas, veículos inspirados nas antigas Lambretta e Vespa e que estão bem mais avançados e fáceis de pilotar do que seus antepassados.
Aqui os scooters se popularizaram a partir de 1994, quando o Brasil abriu os portos para a chegada de veículos importados. Mas o mercado demoraria quase 20 anos para absorver e entender esse prático veículo que se confunde com as motos, mas que tem características muito particulares.
O mercado de scooters só cresce.
Por se tratar de um veículo aparentemente fácil de pilotar induz algumas pessoas a achar que não precisa nem habilitação, basta comprar, montar e sair rodando, mas não é bem assim. Scooters precisam de habilitação sim, apesar de os exames serem realizados com motocicletas.
Um dos primeiros passos é entender que scooter não é igual à uma moto! Os dois veículos se equilibram em duas rodas, tem motores, guidão, mas as semelhanças acabam aí. A distribuição de massa é diferente (no scooter é mais concentrado no eixo traseiro); as rodas dos scooters são menores (de 10 a 16 polegadas), o vão livre do solo é bem menor e não tem pedaleiras para o piloto (tem plataforma, ou piso). Para quem sai da moto para o scooter as mudanças são rapidamente entendidas e absorvidas, mas para quem começa a aprender com scooter precisa ser bem instruído porque é mais sensível aos buracos e tem uma dinâmica bem própria.
As mulheres estão aderindo cada vez mais aos scooters.
As principais pontos a favor dos scooters são:
- Versatilidade. O scooter chega até mesmo a substituir o automóvel em situações bem inusitadas. Graças ao porta-objeto sob o banco, e aos bauletos opcionais, pode-se transportar muita carga. Alguns modelos contam ainda com ganchos para levar sacolas. Pode-se carregar as compras da feira ou supermercado com este veículo.
- Facilidade de pilotagem. Por ter câmbio automático não é preciso trocar marchas, basta acelerar e frear. Esse sistema, mais o escudo frontal, ajudam a preservar os calçados, ao contrário do câmbio das motos que deixa uma marca típica. Além disso, com os dois freios acionados pelas mãos o piloto se sente mais seguro para colocar os dois pés no chão na hora de parar o scooter, porque nas motos é preciso manter o pé direito no freio traseiro. O comando dos freios nas mãos contribui muito para o aspecto de facilidade, porque lembra o sistema das bicicletas.
- Aparência mais “elegante”. Não é novidade que a imagem do motociclista está arranhada, por culpa de uma minoria que pilota como se fossem loucos. Quem usa uma moto apenas para o transporte individual de casa para o trabalho ou escola, acaba sendo confundido com os cachorros-loucos e pagando caro por essa mistura. Como o usuário de scooter ainda é (por enquanto) um cidadão mais tranquilo, se diferencia dos “motoqueiros”. Parece que isso não significa nada, mas é nítida a escolha do scooter para não ficar com “cara de motoqueiro”, principalmente pelas mulheres, que aderiram rapidamente a este veículo.
- É econômico. A maioria dos modelos do mercado e os mais vendidos ficam na categoria entre 110 e 160cc, com motores de um cilindro, alimentados por injeção eletrônica e muito econômicos. Alguns modelos chegam a rodar cerca de 40 quilômetros com um litro de gasolina. Como existe limitação de espaço, na maioria dos modelos o tanque de gasolina é pequeno.
- Tem diversas categorias. Apesar de os pequenos serem os mais vendidos, hoje no Brasil podem-se encontrar scooters até de 650cc. Essa variedade permite escolher o que mais se encaixa no perfil do usuário. Com scooter acima de 200 cc já é possível viajar com segurança e conforto, inclusive com garupa.
Tite Simões, jornalista, instrutor de pilotagem dos cursos BikeMaster e Abtrans. O curso ABTRANS é o único de São Paulo que conta com frota própria de motos e scooters de 110 a 300cc.